Eu nasci e cresci em São Paulo, a terceira ou quarta cidade mais populosa do mundo e agora estou numa com pouco mais de 20.000 habitantes. A diferença é gritante em todos os sentidos.
O que mais me chama a atenção é perceber como São Paulo é uma cidade que não é feita para se viver e sim, única e exclusivamente para gerar lucro pra uma meia dúzia de pessoas. Pensa comigo: O trânsito é infernal, tudo é extremamente caro, cultura e lazer não é acessível pra todos, é caos pra todo lado, barulho, você sai de casa pro trabalho e do trabalho pra casa, etc. “São Paulo é a cidade que nunca fecha”, vende-se isso como algo positivo e que, pelo fato de “não fechar” a torna em uma cidade funcional. Mas funcional pra quem? (Ok, ok, eu e você sabemos o nome disso… começa com Ca e termina com pitalismo.)
Eu passei a gostar cada vez menos daquela cidade, e olha que enquanto ainda morava lá tive acesso a muitas coisas. E então tive a sorte de poder sair pra outro lugar.
Enfim, esse não era pra ser um texto sobre como eu detesto São Paulo hahahah
O que eu queria trazer aqui é que é gritante perceber como a vida é diferente fora de uma mega cidade como SP. Nesse segundo dia em Tibagi, nós demos uma caminhada pelo bairro pra conhecer as redondezas e fiquei impressionada em ver como todas as portas de todas as casa ficam simplesmente abertas pra rua. Sem nenhuma preocupação, sem nenhum medo. Isso pra mim é uma coisa muito doida.
Como assim você deixa a porta da sua casa escancarada pra rua, o portão destrancado, janelas sem grades e os cachorros e gatos vivendo soltos nas ruas? E vamos lá, não tô aqui dizendo que Tibagi é um paraíso pra se viver. É só uma questão pra se pensar.
Nossa primeira preocupação ao sair na rua a noite foi de deixar os celulares no quarto, trancar a porta e ir na moral, sempre olhando pra todos os lados. Isso me faz voltar a dizer: São Paulo (e imagino que outras cidades grandes também) não é uma cidade pra se viver, só sobrevier.
Enfim… Quanto mais eu penso na selva de pedra, menos eu gosto dela é mais eu gosto do ritmo mais lento que as cidades menores podem me proporcionar.
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