Diário Elisa: Sobre pequenas alegrias

Beirut é definitivamente a banda das trilhas sonoras matutinas por aqui. Ouvir “Elephant Gun” e “No No No” logo cedo dão um quentinho no coração. Quando morávamos em São Paulo, nós ouvíamos a mesma playlist quase todos os dias e pra mim aquilo era como se algo dissesse que aquele ia ser um bom dia.

E um medo que eu tinha era o de não me sentir em casa em lugar nenhum que passássemos, mas manter essas pequenas partes da rotina faz perceber que o lar não é o teto que está em cima das nossas cabeças.

Estamos na nossa segunda cidade e, assim como na última, eu senti uma ansiedade e um medo nos primeiros dias. É uma sensação de: “Meu Deus, o que eu tô fazendo aqui? E se eu não gostar dessa cidade? Será que esse lugar é seguro? E se eu não conseguir mais trabalhos? E se tudo der errado?“ E me apegar nesses detalhes traz um sentimento familiar, um lance de afeto que acalma.

Pra pessoas como eu que sofrem com ansiedade, colocar-se em situações desconfortáveis, pode desestabilizar emocionalmente. Então ter esses rituaizinhos fazem toda a diferença pra me botar de volta num lugar seguro mentalmente.

Mas o fato é que ainda é muito cedo pra eu me acostumar com tudo. Acho que esses medos e inseguranças vão se manter por mais um tempo.

Aliás, mais uma pra lista de pequenas alegrias: Hoje vamos jantar nosso primeiro feijão com abóbora na estrada. 🤤☺️☺️

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ramonartur

Já subi um vulcão, nadei num lago a esmo, dormi na rua, caminhei pela neve e pelo deserto, nadei no mar, em rio e lagoa. Já publiquei uma poesia e um conto. Todo dia eu acordo preocupado porque sonho dormindo, mas também sonho acordado. Gosto de viajar e de escrever e há uma pequena possibilidade que goste de você.

Sou astronauta perdido no espaço.

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