As coisas ainda não estão prontas e nem totalmente planejadas. Contudo é o último dia em que estou cercado por paredes que posso minimamente chamar de minhas. Vou embora. Vou para a rua. Escolho não ter mais cama para onde voltar. E tudo isso para ver uma parte do mundo. Tudo isso para ver e viver.
Hoje estamos partindo para uma viagem sem direção e sem volta. Nos tornamos nômades, aventureiros, loucos, irresponsáveis. Partimos para abraçar a América Latina esperando que ela nos abrace de volta.
Tive a sorte de morar em casas que eram também lares e vou sentir falta disso. É provável que eu deixe de buscar “lar” nas cores escolhidas para as paredes ou nos livros amados que eu organizava na prateleira (quase sempre empoeirada), mas e agora? Onde achar um lar?
Em mim? Na Elisa? Nas histórias que estrada trará? Não faço ideia se sou capaz de encontrar um lar onde não há paredes, cama e travesseiro meu. Ou serei eu capaz de viver e ser feliz sem isso?
Me parece incrível que diante de tamanha dúvida, tamanha falta e saudade nem por um segundo eu receia ir embora. Engraçado, geralmente não sou uma pessoa de certezas. Sou cheio de dúvidas. Sobretudo, sou cheio de medo. Mas neste momento o que reina em mim é a esperança.
Sei que o que tenho de mais precioso para compartilhar são os reis que sem dúvidas serão muitos. Espero que você possa se conectar e que um dia, possamos nos encontrar. Pessoalmente.
Ramon Artur
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