Hoje foi daqueles dias em que é maravilhoso estar em trânsito. Levantamos tarde, pois nosso passeio começou as 14h00. Ainda estou com a perna dolorida de voltar andando do Parque Guartelá, então tive meio receio ao iniciar um Rafting.
Sabe o que é isso? É descer um rio dentro de um bote. Eu achei que seria radical. Que desceríamos mais velozes que o Lewis Hamilton, que aliás é o melhor piloto de todos os tempos, mas não. A descida é lenta, tranquila e com algumas poucas partes de corredeiras mais bravía.
Mas estes trechos caudalosos assusta apenas criança de 4 anos. De 5 já não assusta mais. O melhor contudo foram as outras partes. Paramos o bote no leito do rio para caminhar até uma mini, mas forte, cachoeira. Incrível. A água de rio é sempre energizante.
Depois descemos de rapel de volta pro rio. Nos amarramos em um ponte e começamos a descida. Neste momento sinto pena da Elisa não poder ler minhas palavras. Nós não lemos o diário um do outro, então se você quiser e puder, avise para ela sobre o próximo parágrafo.
Ela é a pessoa mais corajosa do mundo. Elisa tem medo de altura. E quando o instrutor manda você pular o parapeito da ponte e ficar pendurado apenas pelas mãos e pernas, dá uma sensação bizarra. Ela morrendo de medo fez isso. Não só pulou a ponte como entre gargalhadas e gritos, foi descendo lentamente até pousar no rio. A Elisa é foda.
Contudo a melhor parte foi o guia nos contando histórias sobre o rio e os outros companheiros de barco falando de suas visitas as locais radicais. Foi incrível. Acabamos voltando com um casal que gosta de viajar e acampar. Pegamos o contato e espero que no futuro compartilhemos viagem.
Contudo ao fim do dia alguns traumas pularam pra fora de mim. Coisas que me deixam triste. Eu nunca tive vontade de me matar, mas diversas vezes me sinto sem vontade de viver. Sinto como se a vida fosse um peso. Nessas horas eu gostava de ficar na minha cama, lendo meu livro e sabendo o que se passava ao redor.
Agora não tenho nada. Estou ciente e não me arrependo da escolha que fiz. Estou aqui, porque quero estar aqui. Mas é curioso perceber que eu terei de lidar de outra forma, com problemas antigos. Agora não há tempo de ficar estático, em alguns dias este teto que me abriga, vai abrigar outras pessoas.
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