Diário Elisa: Uma medrosa corajosa

Eu sou uma pessoa com muitos medos e inseguranças, mas ao mesmo tempo bastante corajosa. Já me botei em várias situações que eu considerava ruim, desconfortável pra me provar maior que meus medos. Como na vez que eu fui nadar com os peixes em mar aberto em Paraty, mesmo morrendo de medo do mar e não sabendo nadar. Ou então quando eu fui saltar de paraglider, mesmo com medo de altura.

Eu e o Ramon conversamos bastante nos últimos dias sobre a importância do desconforto. Sobre como estar cem por cento confortável por muito tempo, pode te manter estagnado.

Mas esse é um assunto que pode cair facilmente no discurso liberal de ”Saia do seu conforto! trabalhe enquanto eles dormem”. Mas esse é um papo pra outro dia.

Enfim, se colocar em situações desconfortáveis é sim importante pra movimentar as coisas. E hoje foi mais um desses dias de me considerar uma medrosa corajosa.

Aproveitamos o dia bonito em Tibagi e fomos pra um passeio de raft pelo Rio Tibagi. Só aí eu já volto no ponto em que eu não sei nadar, mas me garantiram segurança e diversão, então eu fui.

Foi massa demais curtir a água, conhecer uma galera nova e ouvir histórias sobre a cidade, como por exemplo que o guia era profissional em canoagem e já ganhou diversas competições. Como a história que a barragem que construíram no rio não funciona porque a força da água não é suficiente pra gerar energia. 🤡

No meio do percurso tinha uma atividade além do raft: Um rapel negativo de 10 metros na ponte do rio Tibagi. E assim, pra quem já fez e tá acostumado com esse tipo de rolê sabe que 10 metros não é nada pra um rapel, ainda mais negativo (que é aquele que você não tem apoio nos pés, você desce pendurada e se segurando pela corda.

Eu já tinha pago, então não dava pra desistir. Fui.

Ramon, muito esperto, logo me colocou pra ser a primeira da fila. Éramos em quatro pessoas pra descer.

Pra quem tem medo de altura vai entender o que eu vou dizer: Imagina a vertigem que eu não tive quando o outro guia me disse “pronto, agora é só você colocar as duas pernas do lado de fora da ponte”. Cara… eu comecei a rir de nervoso.

Foi péssimo, a pior parte sem dúvidas foi a de ter que me posicionar PENDURADA EM UMA PONTE! O cara falando e eu tentando assimilar o máximo de informações possíveis.

Demorei, pedi pra terem paciência comigo, e rezei umas 4 ave marias. Mas fui. Chegando na base, eu me tremia inteira e ria igual uma idiota. Era uma mistura de vários sentimentos. E logo foram descendo os outros.

A cara de desespero da coitada.

Voltando ao ponto inicial, é muito doido se perceber uma medrosa com coragem. Afinal, além de vir aquele sentimento de superação, me notar nesse tipo de situação sempre me abriu oportunidades pra conhecer histórias e pessoas incríveis.

Espero ter sempre mais coragem pra enfrentar meus medos.

Tá gostando do conteúdo? Considere nos apoiar! É só acessar o PICPAY ou então escanear o QR Code a seguir:

QR Code PICPAY

About Author

Post Author: ramonartur

Já subi um vulcão, nadei num lago a esmo, dormi na rua, caminhei pela neve e pelo deserto, nadei no mar, em rio e lagoa. Já publiquei uma poesia e um conto. Todo dia eu acordo preocupado porque sonho dormindo, mas também sonho acordado. Gosto de viajar e de escrever e há uma pequena possibilidade que goste de você. Sou astronauta perdido no espaço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.